quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Num dia qualquer...

Num dia qualquer...

Está sol, lá fora os passarinhos cantam invadindo a natureza com cantos de alegria e glória. De olhos fechados, dou por mim a caminhar para destino incerto, que me leva para o centro de uma floresta, que na realidade seria diferente.
De repente ouço uma vozinha que mesmo não falando parece dizer assim:
- olha para mim...
Foi quando olhei e vi o que pensava não poder ser visto, uma árvore com ar de boneca, rodeada de verdes folhas em forma de colar. Parecia no seu todo formar um guiso. E no fundo uma história própria do mais animado livro.
Olhei para ela, ela olhou para mim, e num abraço terno de um miúdo que se despede do seu urso de peluche às riscas, despedi-me e comecei a minha caminhada.
Aquela floresta parecia refletir sob a forma de espelho toda uma existência não consciente, em que desfilavam, um elefante azul, um urso amarelo, um cavalinho cor de laranja e um patinho, feio talvez, mas neste sentido figurado.
Por momentos senti-me como que se fosse um pintor, que expunha através do meu lápis toda aquela maravilha cor de rosa, imaginando-me montado num cavalo de madeira, com um chapéu vermelho na cabeça, e uma espada brilhante entre mãos, como que se fosse eu o dono daquela maravilha que no fundo era só minha, e formava a mais bela fotografia imaginária, só...
Mais à frente aparece uma clareira, onde pessoas dançam embebidas na simplicidade de um momento, quando dou por mim, estava eu junto a esse grupo dançando ao redor de uma lamparina, ao lado da mais bela mulher que eu já algum dia tinha visto, e a quem eu dei o nome de coração luminoso. Ela era bela, os seus olhos pareciam dois diamantes, o seu cabelo era sedoso, chegava mesmo a refletir numa pedra luminosa. Num toque de magia ela ofereceu-me um anel de marfim, e numa lágrima não declarada, pareceu querer-se despedir de mim.
Numa ânsia desesperante, olhando em todas as direções tentei encontrá-la, foi quando dei conta que à minha volta estava o meu coelho de peluche e o meu velho urso castanho, foi ai que eu dei conta que estava ali deitado no meu quarto sobre a minha almofada azul, tendo sobre a cómoda um bonito jarro de flores e a seu lado a minha eterna chupeta verde.
Então duvidei se o sonho tinha sido real, ou se foi apenas a chave para uma realidade que me espera para lá do meu canto.



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